Sobre o livro
O primeiro romance de Machado de Assis conta a história do amor malogrado entre a viúva Lívia e o inconstante Félix. Este, apesar de apaixonado, não consegue manter uma relação estável e casar-se por causa de seus ciúmes e desconfianças.
A estreia machadiana no romance marcou diferença em relação ao que então se praticava no gênero no Brasil. Além de afirmar que não quis fazer romance de costumes, na contramão dos contemporâneos José de Alencar e Alfredo d’Escragnolle Taunay (o visconde de Taunay), Machado inscreveu seu livro na tradição shakespeariana: “Minha ideia ao escrever este livro foi pôr em ação aquele pensamento de Shakespeare: ‘Our doubts are traitors,/And make us lose the good we oft might win,/By fearing to attempt’ [São as nossas dúvidas uns traidores, que nos fazem perder muita vez o bem que poderíamos obter, incutindo-nos o receio de o tentar. Measure for measure, act. I, sc. V].”
Sobre este exemplar
O exemplar M2l 01563 está encadernado em meio couro e cantos azuis, apresentando o ex-libris de Rubens Borba de Moraes e o de José Mindlin. No verso da folha de anterrosto consta lista de “Obras que se acham à venda na mesma casa”, pequeno catálogo com a indicação do preço e do formato dos volumes comercializados pela Garnier. Figuram na lista obras de Machado, J. M. Pereira da Silva, Bernardo Guimarães, Moreira de Azevedo, L. Guimarães Junior, Rosendo Moniz e V. Valmont, permitindo depreender quais eram os autores em voga na época. Na folha de rosto aparecem a inscrição manuscrita à tinta “3.000as , J.-N.”, a data “1872”, abaixo da inscrição da editora, e a indicação de Garnier como “Livreiro Editor do Instituto”. Na folha da Advertência e na folha de abertura do romance, há uma assinatura e suas iniciais, “José N Gonçalves, J.-N.”, talvez remetendo às iniciais que aparecem na folha de rosto. Ao final, em página não numerada, está o índice, sem a indicação do colofão da obra.