Americanas

Exemplar M2l 01575
Poesia

Sobre o livro

Terceiro livro de poemas publicado por Machado de Assis, Americanas tem como um dos seus eixos temáticos o indianismo, aspecto caro à poesia romântica nacional, mas já em declínio nos anos que antecedem sua publicação. Aos poemas protagonizados por indígenas, tais como “Potira” e “Niâni”, Machado acrescenta outros, como “A Cristã-Nova” e “Sabina”, que tratam do amor infeliz de uma judia convertida ao cristianismo e de uma mucama mestiça, que se apaixona pelo filho do seu senhor.

Na “Advertência” à obra de 1875, assinada “M. A.”, o autor expõe a tensão entre o local e o universal, retomando discussão desenvolvida no seu famoso ensaio “Notícia da Atual Literatura Brasileira – Instinto de Nacionalidade”, publicado dois anos antes na revista O Novo Mundo, em Nova York. A tensão entre cosmopolitismo e localismo fica indicada também pelos próprios dados de publicação do volume, editado pelo francês Garnier e impresso na Tipografia Cosmopolita, situada na rua Gonçalves Dias, nomeada em homenagem ao grande poeta indianista e situada no coração do Rio de Janeiro. A publicação foi noticiada no periódico A Reforma em 18 de dezembro de 1875; no entanto, a composição dos poemas ocupava o autor desde, pelo menos, 1873.

Sobre este exemplar

O exemplar M2l 01575 tem encadernação em couro azul, com o timbre da encadernação (Marti, S. Paulo) e com cabeça dourada, apresentando os ex-libris de Rubens Borba de Moraes e de José Mindlin. No verso de uma capinha branca consta uma lista de obras “À venda na mesma livraria”, pequeno catálogo com duas listagens: “Obras diversas”, apresentando autores como José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Norberto Silva, e “Biblioteca escolhida”, com autores como Gonçalves Dias, Victor Hugo, Jules Verne e Allan Kardec. No verso da folha de anterrosto encontra-se o colofão: “Tip.[tipografia] Cosmopolita, rua de Gonçalves Dias n. 19”. No fim do volume, nas páginas finais, há um pequeno catálogo, com preços, dos livros da “Biblioteca Universal”, coleção da qual Americanas (1875) fazia parte, em meio a autores nacionais e estrangeiros. Tais catálogos eram uma presença comum nos livros da época. Ao longo do volume há marcas de leitura com a presença de traços manuscritos a lápis nas margens.