Poesias completas

Exemplar M2l 01583
Poesia

Sobre o livro

Poesias completas (1901) reúne os três livros anteriores de poesia do autor (Crisálidas, Falenas e Americanas), aos quais se juntou um novo conjunto, intitulado Ocidentais. Este é composto em sua maior parte de poemas publicados anos antes em periódicos. Na “Advertência” da obra, datada de 22 de julho de 1900 e assinada “Machado de Assis”, o autor afirma ter excluído alguns poemas dos livros publicados anteriormente, a fim de compor este volume. O livro, que saiu em 1901, começou a ser preparado dois anos antes, conforme testemunha carta de 30 de outubro de 1899 do escritor a seu editor, François-Hippolyte Garnier. Este será o último livro dedicado aos versos, decisão consciente do autor e relatada em carta de 5 de novembro de 1900 a Magalhães de Azeredo, justificando o adjetivo “completas” dado ao título.

O testamento poético de Machado de Assis contém o incidente mais famoso e pitoresco da história das edições machadianas. Na “Advertência” da segunda edição, um “e” foi trocado por um “a” na expressão “cegara o juizo”. A Garnier, tendo percebido o erro, corrigiu à mão todos os exemplares que ainda estavam na editora. O equívoco gerou exemplares com o erro sem a correção e com o erro corrigido; a BBM tem as duas versões dessas relíquias.

Sobre este exemplar

Este exemplar da primeira edição (M2l 1583) é encadernado em meio couro vinho, apresentando os ex-libris de Rubens Borba de Moraes e de José Mindlin. Nas folhas em branco da encadernação, há uma inscrição a lápis, apontando para o episódio do erro tipográfico que tanto desagradou a Machado: “1ª ed. (sem erro na ‘palavra feia’)”. Possui capinha fina bege claro original, na qual se encontra a assinatura da antiga proprietária do volume, “Maria Lacerda de Moura, 28-5-1920”, escritora feminista e anarquista cuja assinatura reaparece na página 227.