Sobre o livro
Memorial de Aires (1908) saiu poucos meses antes da morte de Machado de Assis, ocorrida em 29 de setembro de 1908. A imprensa ainda publicava resenhas sobre o romance quando essas foram substituídas pelo noticiário da morte e pelas homenagens póstumas. O nono e último romance machadiano foi escrito na forma de diário do conselheiro Aires e tem como um dos seus eixos narrativos o destino amoroso da viúva Fidélia, a respeito de quem Aires e sua irmã, Rita, fazem uma aposta. O Memorial de Aires derivaria dos mesmos cadernos que deram origem a Esaú e Jacó (1904), conforme se lê na advertência à obra.
Sobre este exemplar
O exemplar M2l 01569 está encadernado em meio couro marrom e traz o ex-libris de José Mindlin e um pequeno selo que apresenta o desenho de uma coroa. Há uma inscrição manuscrita a lápis no verso da guarda da encadernação – “1ª ed.? / Não tem colofão, porém a 2ª tiragem traz na última pg. (273) ‘tipografia Garnier 363-12-1908’”. Esta informação escrita a lápis aponta a dúvida de quem fez a anotação, não sabendo dizer se este exemplar se refere à primeira edição propriamente dita. Tanto na folha de anterrosto quanto na folha de abertura da Advertência à obra se observa uma assinatura manuscrita apagada, sugerindo uma possível rasura do nome do antigo proprietário. Ao longo do exemplar, há inscrição de cruzes e números manuscritos a lápis, nas margens e no começo de algumas frases.